terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ambiguidade

No espelho da minh'alma tento me definir e entender
Mas encontro tudo que mais queria
e o que menos poderia ser
Pois consigo ser a ruptura e a reconciliação
Ora o ditongo, ora o hiato
o silêncio e a pregação
Sou a angústia e a liberdade
O desistir e o insistir
A revolta e a sensibilidade
A fé e a incredulidade!

A pregação e o silêncio
A esperança, o sonho e o ceticismo
E quando penso nisso...
Menos defino quem sou..
Pois quando sou abertura e aceitação
Também encontro o ceticismo e a razão
Faço escândalo e silencio
Sou o calor e às vezes frio

Minha poesia é inquietação
Pois sou crise, culpa e canção
Na minha delicadeza também deixo marcas
Sou vontade, desejo e virtude
Solitude...
Mancha e pura ilusão
Sou tão coração...

Minha brincadeira se torna imperativo
E quando vivo
Sou exigência e coragem
A distância e a saudade
De não querer ver nunca mais...
Sou sobrevivente perene
Do esquecimento e da lembrança
Sou criança
Minha cicatriz é o seu abraço
Que pede espaço!

Sou a rotina e a distração
Sou beleza e compaixão
Mas pode ser que não...
Posso ser sua dádiva e sua angústia
Sublimação e tendência
E nessa minha vivência
Posso ser um escândalo
Desencanto...
Sinto tanto...
Tenho lágrimas e sorrisos
Do crepúsculo ao amanhecer
Você pode me perceber?

Pra você posso ter sido
Surpreendente ou previsível
Simples e inflexível...
Mas quem disse que você poderia me entender?
Este é meu ser
Possibilidade e gratidão
Posso ser suave canção

E na loucura de me encontrar
Vejo que sou anônima
um abraço num silêncio
um encontro na separação
Pois sou flama que o sopro apaga
A poesia da sedução

E se chego à conclusão?
Sou o que mais amei
e o o que sempre odiei
Insignificância
Redundância
Sou ser humano
Sou comum!
Mas não sou mais um!!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Não deu certo.




É... não deu certo.

Não saiu como planejei...

Minhas mãos pegaram areia

E eu a vi escorrer por entre os dedos.

Corri em volta de mim mesma

Para ter certeza de que havia fracassado

de que não era um sonho-pesadelo

Mas não...

Não tinha dado certo!


Olhei ao redor e a constatação real assolou-me o coração

Não poderia controlar a vida

Os acontecimentos

Nem as pessoas

A frágil ideia do controle

Que me levava a um estado de segurança...

Uma mentira que eu mesma alimentei


Olhei ao redor e vi, então....

Nem a mim a mesma.

Um queimar de coração....


E o amor me apareceu! Livre...

Como no princípio da criação

A opção do Soberano em nos dar escolhas!

E eu quis dar conta da vida!!! risos....


Hoje prefiro sorrir diante do que não deu certo

Se não entender, me entregar e caminhar

Pois as escolhas que hoje faço

Me permitem ser eu mesma

E ver o outro como um ser digno de amor

Até mesmo quando não dá certo!